Não há nenhuma metodologia pedagógica com o pressuposto de preparar as crianças a defrontar a vida fora daquele edifício. Além das aulas de leitura, escrita e aritmética, não é proporcionado qualquer outro conhecimento que contribua para a sua cultura geral. Não há autorização para nada que exceda as regras estabelecidas. Seja Verão ou Inverno, a hora de ir para a cama é às sete e meia. Depois não é permitido ler ou falar. Não há espelhos na área ocupada pelas raparigas. As freiras consideram que eles servem para estimular a vaidade e esquecer o dever de amar Nosso Senhor, que lhes dá cama, comida e educação, sem receber nada em troca. As que já sabem ler, apenas têm para escolha livros que tratam de religião, da vida de Santinhos que se sacrificaram dando a vida pelos outros. A Bíblia é de leitura obrigatória. Raramente saem à rua, para evitar que tenham contactos com pessoas que as desviem do rumo traçado pelas leis do Orfanato. Quando ocorrem situações bem definidas, como a ida ao Hospital, são acompanhadas por uma ou duas freiras.
(Continua)
José Eduardo Taveira
Presumo que se trata de um romance histórico. Qualquer outra possibilidade não literária levar-me-ia a pensar que há ainda muito por denunciar (e não delatar!) neste nosso suposto jardim à beira-mar plantado…
E fico-me por aqui.
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Boa tarde, João Ricardo
Obrigado pela sua mensagem.
Trata-se de facto de um romance que relata acontecimentos num determinado período histórico. Se ler o 1º post encontrará qual.
Infelizmente, pelo que vamos tendo conhecimento, a sociedade actual não se tranformou positivamente, quanto aos valores e ao respeito pelos mais carentes.
Para que fique com uma ideia da história deste romance, transcrevo a sinopse, publicada no livro.
Sempre que me queira contactar para comentar o que vai lendo, estarei à sua disposição. Um abraço.
SINOPSE
“Juntos para Sempre” conta a história de Maria que, após ter nascido, foi abandonada à porta de um Orfanato dirigido por um grupo austero de freiras.
Parte da sua vida foi vítima de maus-tratos e humilhações.
No entanto sonhava ser livre e feliz como as outras raparigas que ela observava através das janelas gradeadas e que passeavam na rua, sorridentes e sem destino.
Quando se sentiu mulher, planeou a fuga para a liberdade, não para ir ao encontro de alguém, mas apenas de si mesma.
Este desejo levou-a a sofrer situações dolorosas. Mas a sua força anímica não a fez desviar dos objectivos que traçou: trabalhar, ter uma casa e família.
Maria vai combater todas as adversidades. Quer sair vencedora da tremenda teia de interesses obscuros, vinganças, invejas e traições em que foi envolvida.
Ela, que não tinha nada de seu!
Terá Maria conquistado o direito a ser feliz?
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Muito obrigado pela sua atenção, José Eduardo. Decerto lerei com atenção os textos que me indicou. Aos poucos, vou retomando o contacto com uma realidade que já conhecia (a do ciberespaço), mas que em poucos anos evoluiu incomensuravelmente.
Cumprimentos!
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