Prezados amig@s!
É com enorme satisfação e para ser mais fácil na reflexão, que publico o 3º texto (conclusão) da totalidade do resumo da tese: “Nos Caminhos do Ser Humano”, apresentada na Universidade Aberta-Lisboa-Setembro de 2016
Se a pretenderem conhecer no seu todo e também todas as outras teses que foram apresentadas e publicadas posteriormente, poderão consultar o livro de memórias: “Paz E Ciudadanía global”, Primera Edición, septiembre de 2016- Editorial REDIPE (Rede Ibero-Americana) (95857440) Coedición:Universidad de Valladolid ou a Universidade Aberta (Lisboa)
Com amizade,
Macedo Teixeira
Vila Nova de Gaia
Portugal
Setembro 2016
Palavras-chave:
— Leis da Genética
— Economia Global
— Razão
— Pedagogia
— Origens
Em tudo isto, fui concluindo no exercício da docência da importância da palavra “educar”, uma palavra que provém do latim educere, que significa “conduzir para fora de”, o que, se bem interpretado, deverá levar a que a ação educativa seja para conduzir o educando a partir daquilo que ele em si mesmo já é; a criança é um ser em potência a revelar na ação das suas características, logo, não será suficiente perceber a relação funcional das coisas desligada dum sujeito educando, isto é, que se distende através delas, pelas suas possibilidades naturais, na revelação das competências que não se situam em nenhum quadro institucional.
Foi assim que compreendi também que, no preâmbulo dos meus pensamentos, sempre prevaleceram as minhas origens. 4
Direi que fui relacionando ao longo da minha docência a disciplina da Didática com a Pedagogia.
Percebendo melhor entre as lições diárias que era nesta subjetividade educativa que o conhecimento se descobriria melhor nas nossas possibilidades e que estas aumentariam com o que fôssemos vendo e nos fosse sendo mostrado, 9 ainda que por fora; pois só o saber sobre o todo nos tornará possível alcançar a realidade. 5
Daqui se poderá inferir que o saber sobre o todo deverá ser um saber que tenha em conta os elementos naturais em conjugação com os elementos sociais e vice-versa, será necessário passarmos à ação prática, integrando e realizando os atos educativos para que sejam entendidos socialmente por todos e pelos educandos especialmente como atos vitais, e não apenas como manifestações datadas e assumidas
culturalmente.
Em toda a minha vida de docente realizei diversos acontecimentos comemorativos: o Dia da Árvore, o Dia dos Direitos Humanos, o Dia da Criança.
Passada a data da comemoração, tudo se esfumava na vulgaridade, e os fogos ou a desertificação eram facilmente desculpados como um problema da ignorância, um problema dos interesses financeiros, um problema de desleixo do Estado.
Só poderemos entender que somos um ser cívico, um ser de direitos, se exercermos na prática uma pedagogia de raiz; plantar uma árvore não pode ser entendido como um gesto cultural; tem de ser entendido como uma atividade vital, como uma atividade que deverá salvar o Planeta da destruição e salvar a vida humana da tragédia pela falta de recursos, uma vez que já estaremos a viver a crédito, segundo a declaração da Global Footprint Network num comunicado conjunto com a World Wildlife Fund (WWF): http://24.sapo.pt/…/sapo24-blogs-sapo-pt_2016_08_04_1981753…
“Para satisfazer as nossas necessidades, atualmente precisamos do equivalente a 1,6 planetas” por ano, disseram ambas as organizações.10 “O custo desse consumo excessivo já é visível: escassez de água, desertificação, erosão do solo, queda da produtividade agrícola e das reservas de peixes, desflorestação, desaparecimento de espécies.”
“Viver a crédito só pode ser provisório, porque a natureza não é uma jazida, da qual podemos extrair recursos indefinidamente.” 6
E se este é um problema vital, outros há que necessitam de ser encarados do mesmo modo; como poderemos aprender a perdoar, ou até mesmo a julgar, se a pedagogia não for com base num Amor Comum e que tenha em conta o conhecimento global da matriz do educando? Um ser dificilmente compreenderá que é vital para a Paz a tolerância da diferença e o respeito pelo outro se não aprender desde pequenino, nos valores da civilidade a ser verdadeiro, honrado e respeitador dos seus semelhantes, se não aprender a conjugar cedo a Declaração Universal dos Direitos do Homem, da Criança e dos Povos.
E perante a instabilidade da Ordem do Mundo, comecei a acreditar que seria bom, como forma possível, para equação de algumas das dificuldades na vivência contemporânea, reconhecer-se a necessidade da emergência do pensamento concreto o qual superasse a própria abstração e que integrasse a realidade elevando-a na dialética da superação.
Aliás, a propósito, cito:
“….. Para Hegel aquilo que é parcial, delimitado, separado é justamente o que é ‘abstrato’ (abstractus, em latim, significa literalmente ‘extraído’, ‘posto de parte’). O ‘concreto’ exige, pelo contrário, um pensamento que seja capaz de ter em conta o conjunto de todos os aspetos, mesmo aqueles que se opõem e se excluem. Este pensamento deve também ser capaz de nos dar conta da passagem de um elemento ao seu oposto.” 7
Por último, sabendo que vivemos cada vez mais entre as limitações dos ideais de Justiça, de Família, de Bem, de Verdade, de Amor, será de acreditar 11 que só por meio de uma interação contextualizada em ambiente de integração geral 8 e certamente global de todos os elementos naturais e sociais, conseguiremos impelir-nos para o que será possível e desejável conceber numa pedagogia mais experimental que doutrinária nos aspetos que considerei como mais relevantes no “Caminho do Ser humano” e que agora procurarei traduzir na seguinte proposta:
Tomando em consideração os objetivos do I Simpósio Internacional de Educação e Pedagogia “Paz e Cidadania Global”, na década internacional consagrada pela ONU (2013-2022) à aproximação das culturas, proponho que sejam consideradas nas linhas orientadoras do Simpósio e no Objetivo número 1, Educação para a paz e cidadania, as seguintes questões:
- a) Educação e Pedagogia por Comparação (a Natureza, o sentido das leis e dos elementos naturais);
- b) Educação ética para uma cidadania global estruturada (elaboração de normas e códigos de conduta social; as leis imperativas devem constituir-se como o último recurso);
- c) As Origens Sociais (endogenia cultural, multiculturalismo e as migrações);
- d) Relações familiares (educar para o valor da Família; os vários tipos de famílias);
- e) Compreensão do sentido do Amor e do Perdão com vista ao valor da Tolerância (Declaração Universal dos Direitos do Homem);
- f) O fenómeno da religiosidade (Conhecimento e encontro das religiões e Valorização do Sentido Ecuménico);
- g) Estudo sistematizado do ambiente e dos recursos naturais (a situação atual da Terra [“Vivemos a Crédito”]).12
1 BORGES GUEDES, J.M., Homem: Monstro e Semideus, Gráfica Firmeza, Porto, 1987, pp. 13, 14 e 15.
2 CLEMENTE, Manuel, Patriarca de Lisboa, Texto da homenagem feita pela Santa Casa da Misericórdia do Porto e referido na homilia Solenidade da Santíssima Trindade em 2011, sobre o problema do individualismo.
3 MORAIS E CASTRO, Armando Fernandes, O Pensamento Económico Português, “As bases da Teoria económico-social do Portugal Medievo”, exemplos de leis económico-sociais.
4 MACEDO TEIXEIRA, O Sentido do Escritor no Caminho da Globalização. Georges Seféris, um escritor de consciência europeia, cujo pensamento esteve em exposição na biblioteca de Vila Nova de Gaia em 1998 e que dizia o seguinte: “Ninguém se fecha sobre si mesmo com medo de perder a sua originalidade, porque esta constitui a sua força e acredita nela.”
5 GARCÍA HOZ, Victor, Princípios de Pedagogia Sistemática, Coleções Ponte, Livraria Civilização Editora.
6 http://24.sapo.pt/…/sapo24-blogs-sapo-pt_2016_08_04_1981753…
7 HEGEL, Introdução à História da Filosofia e Sistema da Vida Ética, Edição Prisa Innova S.L., Madrid, Espanha, 2008; tradução de Artur Morão e Edições 70, L.da. Prefácio de Roger-Pol Droit, Página XVI.
8 MACEDO TEIXEIRA, Quando As Estrelas Acordam, Sítio do Livro, Lisboa, 2014.
Bibliografia