Prezados amig@s!
Para ser mais fácil na reflexão, publicarei em três textos a totalidade do resumo da tese: “Nos Caminhos do Ser Humano”, apresentada na Universidade Aberta-Lisboa-Setembro de 2016
Se a pretenderem conhecer no seu todo e também as outras teses que foram apresentadas e publicadas posteriormente, poderão consultar o livro de memórias: “Paz E Ciudadanía global”, Primera Edición, septiembre de 2016- Editorial REDIPE (Rede Ibero-Americana) (95857440) Coedición:Universidad de Valladolid ou a
Universidade Aberta (Lisboa)
Com amizade,
Nos caminhos do ser Humano (I)
Macedo Teixeira
Vila Nova de Gaia
Portugal
Setembro 2016
Palavras-chave:
— Leis da Genética
— Economia Global
— Razão
— Pedagogia
— Origens
“A tolerância é muito mais do que aceitar passivamente o ‘outro’. É algo que implica a obrigação de agir e que deve ser ensinada, cultivada e defendida.”
Ban Ki-moon 2
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Ao tomar como tema da minha conferência “Nos Caminhos do Ser Humano”, e ao apresentar-me hoje aqui na Universidade Aberta, permiti que, à maneira de prólogo, expresse a minha satisfação por poder discorrer sobre a minha existência e ser matriz na tese que irei desenvolver.
Tomando em consideração os objetivos do I Simpósio Internacional de Educação e Pedagogia “Paz e Cidadania Global”, sinto-os como uma oportunidade de poder falar dos paradigmas da nossa existência, já que têm sido os modelos de ordem social, e no caso os da Educação, que me têm preocupado mais.
Dizer com elevada confiança que esta caminhada de reflexão, fora estruturada numa argumentação descomprometida, impessoal e baseada em princípios e leis, tornando-se certamente mais objetiva na argumentação e mais fácil na compreensão do que se propõe.
Pretendo que a abordagem se torne numa dimensão fecunda pelo induzir à possibilidade de ser partilhada por todos e poder assim ser alargada nos seus limites de compreensão.
Desde a fase de criança que passei pelas mais diversas experiências na educação; experiências com acontecimentos diversos, sendo uns dramáticos, outros cómicos e outros trágicos, uns melhores e outros piores, mas todos contribuindo para a descoberta do sentido ético da minha conduta na orientação profissional e na minha vivência social.
Assim, com a finalidade de ser um juízo a propor para a reflexão em geral, comunico para o efeito de discorrer sobre o assunto, que na minha caminhada de experiências diversas confrontara-me sempre com dois princípios éticos antagónicos e sempre demasiado constantes na determinação e influência na vivência e educação do meu ser. 3
Dois princípios que se têm mantido tão constantes nas várias situações da minha vida, que tudo me tem levado a crer que, ao longo da nossa existência, para que o sentido ético da nossa orientação seja inclinado para a predominância ética superior no nosso comportamento, para que se mantenha a predominância do comportamento ético no que ele tem de mais humano, justo e fraterno; tal inclinação irá depender sempre da nossa atenção sobre o que fizermos, pensarmos e dissermos, para podermos ajuizar bem e procedermos com humanidade.
Dois princípios que, sendo antagónicos, se oporão de imediato no nosso comportamento, se oporão a partir da raiz gerando com isso uma certa tensão na determinação da prioridade da nossa conduta social.
Dois princípios que condicionarão, penso até que naturalmente, a nossa sensibilidade a demarcar-se na ação ética dominante, quer quando praticada com um sentido mais humano por oposição a um sentido tirano ou com maior configuração de propósitos quando praticada num sentido tirano por oposição a um sentido humano.
Assim, proponho que desde a mais tenra idade, nos processos educativo e de socialização, se preste uma particular atenção à influência destas duas leis na vida dos seres humanos, se preste uma particular atenção na educação do ser humano para que se perceba que aspetos deverão ser mais orientados na personalidade de cada criança para que, quando adulta, se torne num ser social, instruído e humanamente bom, Um Cidadão para a Paz e Cidadania Global.
Proponho uma particular atenção na educação desde criança, dada a natureza destas Leis e a lógica que as caracteriza, sobretudo pelo poder que uma delas exerce na afirmação da nossa animalidade, de sentido contrário à racionalidade e ao amor. 4
Nos casos da minha existência, estas emoções foram surgindo na minha vida numa forma tão originária, subtil e sempre com tal indistinção formal que bem se poderá dizer que estas forças nas minhas paixões tangeram tão naturalmente a minha vida e surgiram numa tal semelhança que me pareceram na aparência serem sempre de sentido transversal
E tão grande se tornava a sua aparência, que em certos casos, ambas pareciam indistintamente terem a mesma natureza; não se notava diferença entre o bem e o mal, parecia até que ambas lutavam para fazer emergir conflitos na sua razão e no seu valor ético de origem.
Neste sentido, para poder explicar melhor o percurso realizado durante a minha caminhada e a difícil opção ética que fora partilhando na minha conduta, tentarei num modo de abordagem por comparação, sobre a organização e educação da sociedade, que ao que parece será estruturada a partir destas duas das leis fundamentais da Natureza, de cuja falta de atenção ainda se mantém decorrente sobre os efeitos negativos gerados até hoje na sociedade, proponho à consideração da ciência da educação, que nos manuais escolares, se registem e se considerem estas duas leis, como um elemento pedagógico de grande importância para a Compreensão e Orientação da Personalidade Humana.
Procurarei na minha explicação explicitar estas duas leis e mostrar a influência que têm tido na nossa conduta, ou seja: que, em contexto da ação humana, elas serão sempre emergentes e dominantes, quer seja a Primeira Lei Natural – a lei da agregação do ser –, quer seja a Segunda Lei Natural – a lei da tirania do ser 1.
Sem preconceitos de materialismos ou espiritualismos, observemos o ser na sua gigantesca e misteriosa vida para irmos tirando algumas ilações: ficamos perplexos diante dum ser quase divino, isto é, um ser altamente dotado de valores humanos, científicos, artísticos, técnicos – o criador transcendente –; por outro lado, vemos o monstro, o cruel, o sádico, o desumano, que justifica a paranoia num pensamento lógico de premissas falsas. (Ibidem, p. 13.)
“Estudemo-nos, dentro de nós, numa introspeção, e encontramos uma vontade de nobreza a par de uma vontade de tirania, criadora de agressividade sádica, de crueldade feroz.”
“Tem de se curar a humanidade para curar o Homem ou curar o Homem para que este crie outra humanidade, outra sociedade – em que o Homem (um ser condenado à morte) não viva em constante terror.” (Ibidem, p. 14.)
1 BORGES GUEDES, J.M., Homem: Monstro e Semideus, Gráfica Firmeza, Porto, 1987, pp. 13, 14 e 15.
2 CLEMENTE, Manuel, Patriarca de Lisboa, Texto da homenagem feita pela Santa Casa da Misericórdia do Porto e referido na homilia Solenidade da Santíssima Trindade em 2011, sobre o problema do individualismo.
3 MORAIS E CASTRO, Armando Fernandes, O Pensamento Económico Português, “As bases da Teoria económico-social do Portugal Medievo”, exemplos de leis económico-sociais.
4 MACEDO TEIXEIRA, O Sentido do Escritor no Caminho da Globalização. Georges Seféris, um escritor de consciência europeia, cujo pensamento esteve em exposição na biblioteca de Vila Nova de Gaia em 1998 e que dizia o seguinte: “Ninguém se fecha sobre si mesmo com medo de perder a sua originalidade, porque esta constitui a sua força e acredita nela.”
5 GARCÍA HOZ, Victor, Princípios de Pedagogia Sistemática, Coleções Ponte, Livraria Civilização Editora.