Prezados amig@s!
Para ser mais fácil na reflexão, publico o 2º de 3 textos sobre a totalidade do resumo da tese: “Nos Caminhos do Ser Humano”, apresentada na Universidade Aberta-Lisboa-Setembro de 2016
Se a pretenderem conhecer no seu todo e também todas as outras teses que foram apresentadas e publicadas posteriormente, poderão consultar o livro de memórias: “Paz E Ciudadanía global”, Primera Edición, septiembre de 2016- Editorial REDIPE (Rede Ibero-Americana) (95857440) Coedición:Universidad de Valladolid ou a Universidade Aberta (Lisboa)
Com amizade,
Macedo Teixeira
Nos caminhos do ser Humano (II)
Macedo Teixeira
Vila Nova de Gaia
Portugal
Setembro 2016
Palavras-chave:
— Leis da Genética
— Economia Global
— Razão
— Pedagogia
— Origens
“A tirania do ser é simples: qualquer ser, para viver, tem de comer outro.
“É a crueldade da Natureza.
“Os animais da mesma espécie inibem-se de se comerem entre si e comem outras espécies. Mas esta inibição não a tem o Homem porque, apesar de mais inteligente, é mais monstruoso, mais cruel. (Ibidem, p. 14.)
“Um povo resolve comer outro – invade, mata, destrói, viola, rouba –, exerce toda a espécie de violência e crueldade.
“Sim, a violência é a tirania do ser, impera na natureza; nada mais fácil de ver, nada mais objetivo.
“Porém, o que esses monstros, que fizeram uma história vergonhosa de tirania, ….. não verão ….. é que há outra força contra a tirania do ser: a Afetividade criadora duma agregação humana, duma Sociedade à procura duma Humanização, como nas religiões à procura do Céu. …..
“Os Homens estão em divisão: uns na tirania e outros na agregação. …..
E o que é grave é que “As nações a manterem a agressividade, a violência, a crueldade estão contra os princípios naturais da agregação existentes na natureza.” (Ibidem, p. 15.) 6
Assim, perplexo com esta contrariedade humana, entendo ser relevante para a experiência dizer a propósito que, embora tivesse vivido confrontado com estas circunstâncias na memória, quiçá no meu ADN, e tivesse sido grande o meu sofrimento social no percurso da minha vida, as minhas opções recaíram com maior predominância no esforço de a minha ação ética ser orientada pelo princípio da afetividade, ainda que lutando contra as dificuldades psicológicas para ser constante, mas hoje reconheço com felicidade que valeu a pena, tornara-me com esta atitude num ser humano, afetivo e mais sociável.
Reconheço, que na caminhada da minha existência, prevaleceram na base da estruturação da minha consciência e do meu sentido de responsabilidade os primeiros ensinamentos que me foram dados durante os tempos da minha infância e da minha adolescência.
Começara deste modo a adquirir conhecimentos fundamentais para vir a compreender qual o valor que tem a vida humana para quem aprende cedo que a nossa existência, para ter significado, deverá ser vivida em relação com os outros. Aprendia, afinal, entre experiências e jogos realizados nesta altura, o que mais tarde viria a perceber sobre o significado: “vamos aprendendo de Cristo, e que se ‘Amamos, logo existimos’ ”. 2
Entretanto, à medida que fora crescendo na inteligência e adquirindo mais conhecimentos e com eles o conhecimento filosófico-científico, fora descobrindo que o nosso pensamento tende a ser travejado pelas faculdades da Razão e dos Sentidos. Dos sentidos, através de todas as sensações que vamos formando da realidade e gravando as imagens na memória para que, sempre que necessário, possamos evocar lembrando. Da razão, pelo entendimento que vamos tendo para a delimitação do ser através das nossas formas conceptuais, para as podermos configurar em entes ideais. 7
Assim fora reconhecendo também, ao aprender de Descartes, que somos uma natureza pensante, que somos aquele que estará na prova da certeza, que somos nós que pensamos certo ou errado, ou ainda na certeza de que se “penso, então existo”. E que a nossa intranquilidade é fruto da nossa fragilidade no ser e nos conhecimentos e das nossas limitações no tempo do infinito.
Mais consciente da realidade do Mundo, começara a atuar na compreensão do conhecimento apreendido em referência ao Pensamento Económico Português – do qual fui inferindo, com base em algumas leis económicas” 3. De que haverá indubitavelmente uma evolução histórica nas relações económicas e sociais, evolução pela qual os povos irão diminuindo na sua tensão social à medida que forem evoluindo também nas suas mentalidades.
Vivemos num mundo global, precisamos de um pensamento global, de uma economia global; porventura uma economia com diferenças na diversidade de origem, mas que seja comum na particularidade da dignidade humana; nenhuma criança descobrirá o Amor e a Paz num Mundo Global se não crescer sob a égide do direito universal do acesso à dignidade da Liberdade, Proteção, Educação, Trabalho e voluntariamente puder caminhar ao encontro de Deus.
Meditei na Criação, no que é criado e nas partes que o constituem, sobretudo na origem visível do processo da Criatura humana.
Neste sentido, tudo me tem levado a crer, ressalvando as exceções à regra, que, qualquer que seja a criatura humana, haverá uma das partes que, no processo da Criação e durante toda a existência, estará numa densidade mais profunda que a outra. Cada um de nós será uma realidade dinâmica mutável que, no Processo de Criação e Educação Permanentes, assume instantes variáveis, quiçá conforme as circunstâncias em que se encontre, a um tempo e em cada singularidade. 8
E porque esta realidade me parece ser decorrente de uma lei da natureza, julgo que daí não se poderá tirar vantagem sobre quem mais possa em cada circunstância.
O conhecimento e o desenvolvimento do sistema genético e a melhoria dos seus elementos no jogo relacional com a Natureza e com o Grupo deverão proporcionar-nos no futuro outras capacidades para percebermos melhor esta complexa densidade natural nos seres humanos. Contudo, será necessário começar a preparar o caminho para o fortalecimento da relação entre os seres, procedendo-se na orientação do ser humano pela Didática e pela Pedagogia ao “descarnar” de elementos negativos que sejam constitutivos, sobretudo aqueles que permanecem na maior parte das vezes quase impercetíveis na personalidade de uma criança, muitas vezes oriundos das origens, credos, educação, culturas, famílias.
1 BORGES GUEDES, J.M., Homem: Monstro e Semideus, Gráfica Firmeza, Porto, 1987, pp. 13, 14 e 15.
2 CLEMENTE, Manuel, Patriarca de Lisboa, Texto da homenagem feita pela Santa Casa da Misericórdia do Porto e referido na homilia Solenidade da Santíssima Trindade em 2011, sobre o problema do individualismo.
3 MORAIS E CASTRO, Armando Fernandes, O Pensamento Económico Português, “As bases da Teoria económico-social do Portugal Medievo”, exemplos de leis económico-sociais.
4 MACEDO TEIXEIRA, O Sentido do Escritor no Caminho da Globalização. Georges Seféris, um escritor de consciência europeia, cujo pensamento esteve em exposição na biblioteca de Vila Nova de Gaia em 1998 e que dizia o seguinte: “Ninguém se fecha sobre si mesmo com medo de perder a sua originalidade, porque esta constitui a sua força e acredita nela.”
5 GARCÍA HOZ, Victor, Princípios de Pedagogia Sistemática, Coleções Ponte, Livraria Civilização Editora.
6 http://24.sapo.pt/…/sapo24-blogs-sapo-pt_2016_08_04_1981753…
7 HEGEL, Introdução à História da Filosofia e Sistema da Vida Ética, Edição Prisa Innova S.L., Madrid, Espanha, 2008; tradução de Artur Morão e Edições 70, L.da. Prefácio de Roger-Pol Droit, Página XVI.
8 MACEDO TEIXEIRA, Quando As Estrelas Acordam, Sítio do Livro, Lisboa, 2014.
Bibliografia
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