ESTA COISA DA LUCIDEZ É DISCUTIVEL, COMO TUDO NA VIDA. TENHO A MINHA, E NÃO QUERO SOBREPÔ-LA NEM IMPÔ-LA AOS OUTROS. APENAS E SOMENTE A PARTILHO. PENSO QUE É A PRIMEIRA VEZ QUE A PARTILHO CONVOSCO. SE ACASO ME ENGANO, PERDOEM-ME!
LUCIDEZ
(…) João escuta o silêncio do quarto. É como uma toada monótona e sem fim. Do lado esquerdo da cama adivinha um quadro com uma Virgem sofredora a receber nos braços o corpo de um filho morto. Um Filho a quem o mundo que o matou chama Deus, ou Filho também de Deus, que o fez sem o pecado da carne. Como se o amor consentido fosse pecado. É esta a moral dos homens. Alguma coisa ou alguém virá por aí para nos salvar. Mas salvar do quê, de quem? Salvar de nós próprios, pois claro. Num raciocínio de bom senso, isto é como se alguém não fizesse ideia do que afinal anda por aqui a fazer. Afinal, tudo o que a Humanidade quer é simplesmente impunidade. Impunidade entre nações e crenças, impunidade porque se apropria um vizinho daquilo que é do outro vizinho, porque rouba, porque escraviza, porque destrói, porque humilha, porque espezinha, porque assassina, porque desonra. Impunidade e perdão. Afinal a Humanidade quer tudo e, para sua cómoda vantagem, quer tudo dado por Alguém não humano a quem atribui as culpas de a ter, (por desvario de um momento de solidão), Criado. Olhando em redor, esta Humanidade de conveniências e de interesses, lembra-se das suas crenças. Pois, está ali o culpado. Deus, que ainda por cima cometeu o “pecado” de fazer o Homem, (este estafermo facilmente corruptível), à sua Imagem. Ali está então quem vai pagar as “favas” todas, Ele e o Diabo, numa conflitualidade onde se chocam os interesses do Bem e do Mal. Mas que rica prenda é esta Humanidade, beata por fora, maldosa por dentro, ardilosa, conflituosa e interesseira, e ao mesmo tempo extremosa pelos seus filhos povos, que a apaparicam e a mimam, lhe afagam os cabelos e lhe chamam mãe. Em verdade vos digo que estes povos são mesmo filhos da mãe, ou saem a esta mãe porque nela se revêem. Que forma tão bem engendrada que esta Humanidade arranjou para se desculpar, afinal, daquilo que na verdade é, (…)
NAUFRÁGIO
QUANDO OCORRE UM NAUFRÁGIO, OS PRIMEIROS A ABANDONAR O BARCO SÃO OS RATOS. METEM-SE DENTRO DOS SALVA VIDAS, ESCONDIDOS POR TODOS OS CANTOS; ENTRAM PARA AS BALSAS, E LÁ CONSEGUEM SOBREVIVER. CONTO TRÊS ESPÉCIES DE RATOS: OS QUE CHAFURDAM NA IMUNDICIE, QUE VIVEM NUM CHAVASCAL DE PORCARIA E TRAZEM COM ELES CARRADAS DE PESTE. E OS OUTROS, QUE SÃO: OS FANÁTICOS DA RATARIA, QUE SÃO COMO OS PRIMEIROS, MAS SÃO CONSCIENTES E ZELOSOS DA ESPECIE. SÃO OS RATOS OPUS DEI. DEPOIS VÊM OS ULTIMOS, OS SECRETOS, OS RATOS MAÇONS. É CERTO QUE ESTES ULTIMOS, SENDO EM TUDO SEMELHANTES AOS OUTROS, SÃO UM POUCO MAIS EVOLUIDOS, PORQUE NÃO ACREDITAM EM DOGMAS, MAS, PORQUE SÃO CLANDESTINOS, SECRETOS, NÃO SE DISTINGUÉM DOS DEMAIS. CERTO DIA, DURANTE UM NAUFRÁGIO, UM RATO CONSCIENTE (COMO SE TAL SEJA POSSIVEL), AO DESCER PARA O SALVA VIDAS, NUM RASGO DE CONSCIÊNCIA, GRITOU: “ENTÃO E OS OUTROS?” E OUTRO RATO, QUE, MAIS ACIMA, DESCIA PELA MESMA CORDA, RESPONDEU: “Ó PÁ, A GENTE SAFA-SE E OS OUTROS QUE SE DESUNHEM!”
Manifesto de responsabilidade
Os artigos e os respectivos conteúdos publicados neste blogue são da exclusiva responsabilidade dos seus subscritores e não vinculam de forma alguma o Sítio do Livro.
Este blogue está dedicado exclusivamente à livre participação pelos autores que publicam livros por intermédio do Sítio do Livro, o qual não exerce qualquer moderação ou interferência nos artigos aqui publicados.
Assim mesmo, pede-se aos participantes que, para não se desvirtuar o intuito do blogue, se atenham a temas do mundo dos livros e dos autores, da literatura ou, mais em geral, culturais.
SitiodoLivro.pt-
ou via feeds RSS
Quer publicar um livro?
Quem já publicou connosco
-
Artigos Recentes
- Obras de arte e de utilidade, que hoje servem para ver em qualquer Museu.
- Depois da Vela Apagada
- O Último Oleiro
- RÓMULO DUQUE
- Queria candidatar-me ao plano nacional de leitura 2020 se faz favor
- Um animal um tanto talentoso
- Como o livro “Uma lógica causa-efeito” se está aproximando do razoável
- Uma libelinha em desespero
- Nos caminhos do ser Humano (III)
- Nos caminhos do ser Humano (II)
- Convite
- “Nos Caminhos do Ser Humano”
- VOLTAIRE – Tratado sobre a Tolerância
- JOÃO VILLARET, ANTÓNIO BOTTO E FERNANDO PESSOA
- STEPHEN CRANE – É boa a guerra
Comentários Recentes
- Dominic Benton em Dois poemas…
- Elisa em AS REDACÇÕES DO CARADANJO
- romuloduque em Queria candidatar-me ao plano nacional de leitura 2020 se faz favor
- Pedro Machado em GAGO COUTINHO E SACADURA CABRAL – Primeira travessia aérea do Atlântico Sul
- Engrácia Rodrigues em Um animal um tanto talentoso
- Ariane em O milagre de Eir ( de Danilo Pereira )
- VOLTAIRE – Tratado sobre a Tolerância — Blogue dos Autores | O LADO ESCURO DA LUA em VOLTAIRE – Tratado sobre a Tolerância
- ERNEST WIECHERT – ‘FLORESTA DOS MORTOS’ – O testemunho sobre o terror nazi — Blogue dos Autores | O LADO ESCURO DA LUA em ERNEST WIECHERT – ‘FLORESTA DOS MORTOS’ – O testemunho sobre o terror nazi
- rosalinareisgmailcom em Gestão de Existências e Apuramento de Custos, de Rosalina Reis
- EUGÉNIO DE ANDRADE – Último Poema – Filipe Miguel em EUGÉNIO DE ANDRADE – Último Poema
- FERNANDO PESSOA – Como a noite é longa! – Filipe Miguel em FERNANDO PESSOA – Como a noite é longa!
- Poema de JOSÉ TERRA dedicado a MATILDE ROSA ARAÚJO – Descoberta — Blogue dos Autores | O LADO ESCURO DA LUA em Poema de JOSÉ TERRA dedicado a MATILDE ROSA ARAÚJO – Descoberta
- AntimidiaBlog em PAUL ÉLUARD – A poesia será feita por todos…
- Ribeiro em Depois da Vela Apagada
- anisioluiz2008 em Crescendo Constroem-se os Sonhos(V)
Categorias
- eventos (6)
- Notícias (10)
- Notícias, eventos (43)
- Novidades, lançamentos (54)
- Opiniões (11)
- Opiniões, testemunhos (98)
- testemunhos (7)
Arquivo
- Setembro 2022 (1)
- Junho 2022 (3)
- Dezembro 2019 (1)
- Julho 2019 (1)
- Maio 2019 (1)
- Maio 2018 (1)
- Abril 2018 (4)
- Março 2018 (4)
- Fevereiro 2018 (7)
- Janeiro 2018 (5)
- Dezembro 2017 (10)
- Agosto 2017 (3)
- Maio 2017 (1)
- Fevereiro 2017 (2)
- Janeiro 2017 (1)
- Novembro 2016 (3)
- Outubro 2016 (5)
- Junho 2016 (1)
- Maio 2016 (3)
- Abril 2016 (2)
- Março 2016 (1)
- Fevereiro 2016 (1)
- Janeiro 2016 (3)
- Outubro 2015 (1)
- Setembro 2015 (2)
- Agosto 2015 (5)
- Julho 2015 (1)
- Junho 2015 (9)
- Maio 2015 (7)
- Abril 2015 (27)
- Março 2015 (8)
- Fevereiro 2015 (3)
- Dezembro 2014 (2)
- Novembro 2014 (1)
- Outubro 2014 (3)
- Setembro 2014 (4)
- Agosto 2014 (4)
- Julho 2014 (2)
- Junho 2014 (5)
- Maio 2014 (9)
- Abril 2014 (10)
- Março 2014 (19)
- Fevereiro 2014 (36)
- Janeiro 2014 (4)
- Dezembro 2013 (5)
- Outubro 2013 (8)
- Setembro 2013 (4)
- Agosto 2013 (1)
- Julho 2013 (4)
- Junho 2013 (5)
- Maio 2013 (15)
- Abril 2013 (19)
- Março 2013 (13)
- Fevereiro 2013 (20)
- Janeiro 2013 (23)
- Dezembro 2012 (19)
- Novembro 2012 (24)
- Outubro 2012 (30)
- Setembro 2012 (26)
- Agosto 2012 (32)
- Julho 2012 (27)
- Junho 2012 (41)
- Maio 2012 (47)
- Abril 2012 (39)
- Março 2012 (38)
- Fevereiro 2012 (45)
- Janeiro 2012 (56)
- Dezembro 2011 (38)
- Novembro 2011 (56)
- Outubro 2011 (83)
- Setembro 2011 (54)
- Agosto 2011 (38)
- Julho 2011 (43)
- Junho 2011 (50)
- Maio 2011 (43)
- Abril 2011 (10)
- Março 2011 (8)
- Fevereiro 2011 (9)
- Janeiro 2011 (16)
- Dezembro 2010 (4)
- Novembro 2010 (7)
- Outubro 2010 (5)
- Setembro 2010 (2)
- Agosto 2010 (4)
- Julho 2010 (4)
- Junho 2010 (6)
- Maio 2010 (2)
Os nossos bloggers
- antoniapalmeiro
- araujosandra
- catiapalmeiro
- Clemente Santos
- cmanuelsimoes
- Cristina Rodo
- danarts
- danielsmile15
- Armando Frazão
- dulcerodrigues
- fernandojer
- gilduarte
- inesartista
- Intermitências da escrita
- jacques miranda
- José Guerra
- José Eduardo Taveira
- jsola02
- Lou Alma
- luizcruz1953
- macedoteixeira
- maria joão carrilho
- Marifelix Saldanha
- martadonato
- modestoviegas
- mpcasanova
- nunoencarnacao
- Nuno Gomes
- oflmcode
- orlandonesperal
- paulopjsf
- Pedro Nunes o B)'iL
- projectosos
- ritalacerda
- rodrigolvs
- Rómulo Duque
- rosalinareisgmailcom
- saalmeida
- SitiodoLivro.pt
- taniamarques241
- vanessaoleal
- vpacheco44
- withinthegalaxy
As últimas publicações
Ligações que recomendamos
Os nossos Autores
Os nossos e-books
Todas as nossas publicações
Lucidez e Loucura:
Um lúcido num mundo de loucos esta em minoria,
Portanto é louco.
Perdeu-se a ética, esqueceu-se a moral,
Vingou o obscuro,
Neste mundo temporal.
Os lúcidos loucos estão a emergir,
Perdido o medo de tugir e mugir.
Os tempos mudam,
A ignorância passa,
O obscurantismo tem os dias contados,
Nesta terra devassa.
A inquisição,
Começa a perder terreno,
Nos meios de comunicação,
Questionam-se fins de tempos,
E obsoleta salvação.
GostarGostar