“NÃO DÁ PARA ACREDITAR”
A Livraria Camões inaugurada em 1972 no Rio de Janeiro no âmbito da assinatura de um acordo cultural entre os dois países, vai fechar as portas para sempre.
Esta decisão, enviada através de uma carta da Imprensa Nacional- Casa da Moeda, provocou estupefacção nos meios culturais brasileiros.
O poeta José Estrela, responsável pela Livraria, considera que era um meio fundamental para a promoção do nosso património cultural e em condições financeiras equilibradas, esforçando-se por promover a língua e a cultura portuguesas no estrangeiro.
O mesmo responsável declara que os motivos alegados para o encerramento da Livraria são “de que é um espaço pequeno e que actualmente a internet e outros meios são mais activos e que podem substituir o trabalho que a Livraria Camões fazia”.
Os escritores Lídia Jorge, Agustina Bessa Luís e José Saramago, lançaram os seus primeiros livros na Livraria Camões.
José Estrela refere ainda: “É uma perda para o Brasil e é uma perda para Portugal. Era uma lança que nós tínhamos aqui. Eu concordo com o presidente da Imprensa Nacional que isto, de facto, é pequeno, mas mais vale termos uma coisa pequena do que não ter nada”.
A Livraria Camões era frequentada por Presidentes da República, como José Sarney e Fernando Henrique Cardoso. Professores e investigadores eram visitas frequentes.
José Estrela revelou também que já algum tempo que não recebe livros de Portugal.
Em 40 anos, foram vendidos mais de dois milhões de livros.
Reitera-se que a Livraria Camões foi mandada encerrar pela Imprensa Nacional- Casa da Moeda, uma empresa do Estado.
Não existe ninguém no governo que tenha a pasta da diplomacia cultural?
DÁ PARA ACREDITAR”