O poeta Afonso Lopes Vieira nasceu em Leiria, no dia 26 de Janeiro de 1878 e viveu até 1946.
Bacharelou-se em Direito, pela Universidade de Coimbra, em 1900. Mudou-se para Lisboa, onde exerceu a função de redactor na Câmara dos Deputados, durante 16 anos. A partir de então empenhou-se totalmente na escrita literária.
Publicou o seu primeiro livro de poemas em 1897, intitulado “Para Quê”.
Sucedem-se outras publicações, entre as quais “Ar Livre”, “O Pão e as Rosas”, “Canções do Vento e do Sol”, etc. Termina, em 1940, a sua obra poética com o livro “Onde a terra se acaba e o mar começa”.
Participou em diversas conferências, cujos temas eram a defesa e divulgação da cultura nacional, e que se se encontram recolhidos em dois volumes “Em demanda do Graal” em 1922 e “Nova demanda do Graal” em 1942.
As crianças beneficiaram também do talento de Afonso Lopes Vieira. Para elas escreveu “Animais Nossos Amigos”, em 1911 e realizou o filme infantil “O Afilhado de Santo António” em 1928, entre outros trabalhos.
Para cinema escreveu os diálogos de Camões e Inês de Castro, de Leitão de Barros e também para “Amor de Perdição”, de António Lopes Ribeiro.
Afonso Lopes Vieira doou a sua vivenda à Câmara Municipal da Marinha Grande, transformada em Casa Museu aberta ao público. No seu interior pode-se admirar os diversos objectos pessoais do poeta, que escreveu grande parte da sua obra em São Pedro de Muel. Conforme desejo do poeta também ali funciona a Colónia Balnear desde 1949.
Nesta pequena homenagem no dia do seu nascimento, recordamos o poema intitulado:
“Linda Inês”
Choram ainda a tua morte escura
Aquelas que chorando a memoraram;
As lágrimas choradas não secaram
Nos saudosos campos da ternura.
Santa entre as Santas pela má ventura,
Rainha, mais que todas que reinaram,
Amada, os teus amores não passaram
E és sempre bela e viva e loira e pura.
Ô linda, sonha aí, posta em sossego
No teu muymento de alva pedra tina,
Como outrora na Fonte do Mondego.
Dorme, sombra de graças e de saudade,
Colo de Graças, amor, moço menina,
Bem-amada
por toda a eternidade.
José Eduardo Taveira
José Eduardo Taveira