O Vicio do Artesão Orlando Nesperal

Continuação:

  O mergulho no silêncio

Estava confortado com o que já tinha escrito sobre, “O Vício do Artesão”, mas outra dimensão a nível mais interior de cada um, nasceu o título deste capítulo, ” o mergulho no silêncio”, mesmo que seja entendido um elemento fora do contexto, não tenho a mesma opinião. Pois o ser humano é para mim a perfeição mais conseguida, que tenho observado no meu pequeno espaço de entender as coisas. Logo sempre que algo o ser humano faz, vem-me sempre esta pergunta: -Porque faz? Todas as repostas podem estar corretas, mas eu fico sempre com uma resposta igual para todas as coisas. “Foi a necessidade de alimentar o seu interior-ego”. Creio que a tudo isto se pode aplicar ao mundo da discórdia, e levarmos as nossas mentes com respostas a ideias diferentes, mas é este ser da concórdia e da discórdia, que obviamente todos são.

Claramente que vou continuar a falar em, “ O Vicio do Artesão”, Sobretudo quando ele mergulha no silêncio do seu trabalho e sobretudo o seu poder de estar embebido num balsamo purificador que é a sua obra. É por aqui que pretendo levar o meu caminho trazer um pouco do seu interior para um exterior mais visível e dar-lhe uma existência de vida partilhada tanto pelos trabalhos que apresenta como vive no seu interior e como é capaz de manter-se lá dentro durante muito e muito tempo. No exterior está somente a sua obra que vai pouco a pouco crescendo, para que ele possa ver fisicamente o que já tinha construído no seu pensamento e estava apenas guardado espera do momento para ser trazido para o mundo real.

O que se passa, são duas situações bem destintas, uma é durante a entrega ao trabalho, a sua mente está vazia do resto do que o rodeia, como que mais nada existisse, ali ora especado ora sentado, entra num estado de pura meditação, tudo à sua volta está em silêncio, não houve nem fala, os ruídos caso existem não lhe perturbam a mente, mantém a sua atitude no silêncio intimo, só o que faz, fá-lo numa impressionante forma de estar, onde os seus pensamentos ficam reduzidos tanto e só, aquele momento, numa concentração absoluta, desaparecendo tudo, ficando a sua mente vazia de qualquer conteúdo.

Muitas vezes os sons da lixa na madeira, das máquinas elétricas, ou os tiques taque do bater dos maços são como se transformassem numa sinfonia semelhante aquelas que se colocam nas aulas de meditação como som de fundo. Mais ainda, o cheiro dos diluentes, das colas e dos vernizes, são entendidos como se estivéssemos a ser envolvidos dum incenso para a libertação de espíritos maus. Enquanto o cheiro das madeiras, se sente que estamos a ser banhados com um perfume de pétalas de plantas aromáticas.

Neste ambiente o Artesão vive no seu local de trabalho, Ateliê como se num templo de meditação se encontra-se. Pode-se entender que estamos num exagero literário, mas creio que, a libertação, a elevação e a tranquilidade do espirito é tão evidente que só quem não pratica um sentimento por uma arte não sente este estado de alma.

Estou grato por Deus me ter dado os meus admiráveis cinco sentidos, para tão de perto observar e sentira esta beleza estrutural, tanto física como espiritual. O outro lado está as obras que as pessoas vão admirando e contemplando, mas certamente como não tiveram a oportunidade de sentir as emoções e as vibrações da felicidade, enquanto se executou o trabalho, ficou para elas a satisfação do que ficou como resultado, do sentir estas alegrias agora compartilhadas e alimentando a sua essência do amor e sensibilidade as obras de arte.

Para este Artesão, estas emoções são os momentos mágicos dum percurso que espero levar tão longe quanto as minhas forças seja capaz. Tanto pelas revelações das emoções como a paz interior que vou encontrando em cada trabalho que termino, o mesmo não é mais do que prolongar da vida para além da existência física.

Em comparação com outras profissões: -O Artesão, utiliza a sua atividade, como uma terapia para fugir ao mundo do “Stress” e das profissões de desgaste rápido. A excelência de colocar em andamento as duas facetas do ser humano; a criatividade e a execução, fundindo-se numa só, ser Artesão!

Sobre orlandonesperal

Autodidacta, futurólogo, tendo como o principio, que a mente é o local donde nasce o mundo novo. Ao controlar os pensamentos está a controlar o seu destino.
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Uma resposta a O Vicio do Artesão Orlando Nesperal

  1. Mais um capitulo, onde a mistura de sentimentos se podem entrelaçar, para levar a tarefa a bom porto, onde o trabalho é a alegria de sentir obras realizada.

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