Lídia Jorge nasceu em Boliqueime, no Algarve, no dia 18 de Junho de 1946.
Licenciou-se em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa. Foi professora do Ensino Secundário em Angola e Moçambique.
Foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social. Integra o Conselho Geral da Universidade do Algarve.
Alguns dos livros publicados: “O Dia dos Prodígios”, “O Cais das Merendas”, “Notícia da Cidade Silvestre”, “A Costa dos Murmúrios”, “o Jardim Sem Limites”, “O Vento Assobiando nas Gruas”, “Marido e outros Contos“, “O Belo Adormecido”, “O Vale da Paixão”, “Romance do Grande Gatão”, “A Maçon”, “Combateremos a Sombra”, “Contrato Sentimental”, “A Noite das Mulheres Cantoras”.
As suas obras estão traduzidas em mais de vinte línguas.
Recebeu as seguintes distinções: Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores, Prémio Literário Cidade de Lisboa, Prémio D.Dinis da Fundação da Casa de Mateus, Prémio Bordalo de Literatura da Casa da Imprensa, Prémio Máxima de Literatura, Prémio de Ficção do PEN Clube, Prémio Jean Monet de Literatura Europeia, Prémio Escritor Europeu do Ano, Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores e O Prémio Correntes d´Escritas.
Na Alemanha recebeu o Prémio Internacional de Literatura da Fundação Günter Grass, pelo conjunto da sua obra.
Em França recebeu o Prémio Michel Brisset, atribuído pela Associação de Psiquiatras Franceses e foi condecorada com a Ordem das Artes e Letras de França, no grau “Chevalier”.
A organização internacional “União Latina”, atribui-lhe o Prémio da Latinidade. Recebeu também o “Prémio Speciale Giuseppe Acerbi per la Letteratura Femminile”.
Foi condecorada com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
A Universidade do Algarve conferiu-lhe o doutoramento Honoris Causa.
Nesta homenagem, no dia do seu aniversário, o poema: “Sou de Vidro”
Sou de vidro
Meus amigos sou de vidro
Sou de vidro escurecido
Encubro a luz que me habita
Não por ser feia ou bonita
Mas por ter assim nascido
Sou de vidro escurecido
Mas por ter assim nascido
Não me atinjam não me toquem
Meus amigos sou de vidro
Sou de vidro escurecido
Tenho fumo por vestido
E um cinto de escuridão
Mas trago a transparência
Envolvida no que digo
Meus amigos sou de vidro
Por isso não me maltratem
Não me quebrem não me partam
Sou de vidro escurecido
Tenho fumo por vestido
Mas por assim ter nascido
Não por ser feia ou bonita
Envolvida no que digo
Encubro a luz que me habita.