Joaquim Paço d´Arcos nasceu em Lisboa no dia 14 de Junho de 1908 e viveu até 10 de Junho de 1979.
Foi poeta, dramaturgo, romancista, ensaísta e crítico.
Durante 24 anos foi director dos Serviços de Imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Foi director do Trans-Zambezia Railway.
Presidiu à Sociedade Portuguesa de Autores.
Foi dos escritores portugueses do século XX mais traduzidos internacionalmente.
Algumas das obras do autor: “Crónicas da Vida Lisboeta” (6 romances), ”Poemas Imperfeitos”, “Patologia da Dignidade”, “Herói Derradeiro”, “Diário dum Emigrante”, “Ana Paula (Perfil duma Lisboeta) ”, “O Cúmplice”, “Ansiedade”, “Neve sobre o Mar”, “O Ausente”, “Paulina Vestida de Azul”, “Espelho de Três Faces”, “Memórias duma Nota de Banco”, “O Braço da Justiça”, “Memórias da Minha Vida e do Meu Tempo” (3volumes), etc.
Recebeu os seguintes Prémios: “Eça de Queirós”, “Ricardo Malheiros”, “Fialho de Almeida”, “Gil Vicente” e “Casa da Imprensa”.
Nesta homenagem no dia do seu aniversário, o poema “Escrever é vencer a morte”, incluído no livro “Poemas Imperfeitos”:
ESCREVER É VENCER A MORTE
Escrever é projectar-se além da Vida,
É vencer a Morte.
Um dia esta virá, de surpresa, ou tardia,
Mas uma coisa não levará, não reduzirá a cinzas,
E sobre ela a sua álgida mão não terá poder.
Ó Morte, eu sei que tu me aniquilarás,
Mas não destruirás esta página
em que escrevo o teu nome,
O teu nome odiado e cruel.
Quantos seres derrubaste em volta de mim!
A todos apavoras.
Mas outras vidas há que não estão à tua mercê,
E essas, que nós criamos
Com a música das nossas palavras,
Com a febre do nosso espírito,
Com a ambição do nosso sonho,
Essas – sobreviver-nos-ão
E o teu amplexo não as envolverá.
O que fica do artista, para além dele, não te pertence;
Basta que nós te pertençamos.