No dia seguinte, Maria acorda ao som da voz da enfermeira Celeste. Salta da cama energicamente e abraça-a.
– Prepara-te para sair, porque em breve virão buscar-te.
A enfermeira confia-lhe uma carta fechada do médico para ser entregue à Madre Superiora da Casa de Acolhimento. Maria, timidamente, pergunta se as freiras são como as do Orfanato. Celeste responde que não tem muitas informações sobre a Casa, mas não pode garantir nada. E adianta:
– Tens uma nova oportunidade que deves aproveitar. Lá preparam as raparigas em várias áreas de ensino que são importantes para a tua formação pessoal. Penso que vais gostar. Guarda a minha morada e escreve-me a contar como te estás a sentir de saúde. Faz um esforço para te adaptares. Nenhum Orfanato ou Casa de Acolhimento oferecem o conforto de um lar que hás-de ter daqui a poucos anos, tenho a certeza. Mas neste momento é o melhor que nós pudemos arranjar. E deves agradecer ao Doutor Alberto que foi incansável para conseguir mudar-te para a Casa de Acolhimento. Vá, prepara-te para a partida. Felicidades. Conta comigo. Até breve!
Maria beija-a e olha sorridente em jeito de agradecimento.
(Continua)
José Eduardo Taveira