querem assassinar o rei leopardo [4]: e assassinaram-no

A águia acordou num local escuro e húmido.

Diante de si, três sombras se moviam. Concentrou nelas o seu olhar penetrante. Eram o chacal, a tartaruga, o crocodilo.

«Quem diria», pensou, «quem diria que acertei em cheio naqueles de que suspeitava? Sempre achei que podia ser o chacal… ou a tartaruga, o animal mais idiota (só pela estupidez de usar uma bomba que não explodiu)… ou, claro, o crocodilo. Só não pensei que pudessem ser os três juntos…»

«Está viva», soprou o chacal. «Bom dia, grande detective. Como se sente?»

«Muito bem», retorquiu ironicamente a águia. «Parece que sobrevivi ao vosso atentado…»

«Ao nosso… ao NOSSO atentado!?», espantou-se o chacal. «Que ingratidão, realmente. Nós assistimos a tudo. A sua sorte foi que nenhum dos três se encontrava longe. Viemos socorrê-la…»

Diacho! Teria perdido os seus suspeitos? Estariam inocentes?

Nessa altura, ouviram gritos vindos de fora:

«Mataram o rei! Mataram o rei! Mataram o rei! Mataram o rei!»

Gil Duarte, que vem escrevendo esta fábula negra, é autor do romance Nada Mais e o Ciúme. Clique aqui, para se informar:

http://www.sitiodolivro.pt/pt/livro/nada-mais-e-o-ciume/9789899712201/

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