Hans Christian Andersen, nasceu em Odense, Dinamarca. (1805-1875)
Escreveu peças de teatro, poesia, romances, livros de viagens e uma autobiografia.
Notabilizou-se como autor de contos infantis.
Escreveu 156 contos de fadas e histórias, das quais se destacam: “A Pequena Sereia“; “O Patinho Feio”; “As Roupas Novas do Imperador”; “A Caixinha de Surpresas”; “Os Sapatinhos Vermelhos”; “O Soldadinho de Jumbo”; “A Pequena Vendedora de Fósforos”.
Na sua data de nascimento, 2 de Abril, é celebrado o “Dia Internacional do Livro Infanto-Juvenil”. Também, o seu nome está ligado ao mais importante prémio do género: “Prémio Hans Christian Anderson.”
As suas histórias foram traduzidas em mais de 100 idiomas.
Anderson, de origens simples, escreveu: “Muito daquilo que escrevi é um reflexo de mim mesmo. Cada personagem é real. Eu conheci-os todos.”
A Princesa e a Ervilha
Era uma vez um príncipe que queria casar com uma princesa — mas tinha de ser uma princesa verdadeira. Por isso, foi viajar pelo mundo fora para encontrar uma, mas havia sempre qualquer coisa que não estava certa. Viu muitas princesas, mas nunca tinha a certeza de serem genuínas havia sempre qualquer coisa, isto ou aquilo, que não parecia estar como devia ser. Por fim, regressou a casa, muito abatido, porque queria uma princesa verdadeira.
Uma noite houve uma terrível tempestade; os trovões ribombavam, os raios rasgavam o céu e a chuva caía em torrentes — era apavorante. No meio disso tudo, alguém bateu à porta e o velho rei foi abrir.
Deparou com uma princesa. Mas, meu Deus! O estado em que ela estava! A água escorria-lhe pelos cabelos e pela roupa e saía pelas biqueiras e pela parte de trás dos sapatos. No entanto, ela afirmou que era uma princesa de verdade.
— Bem, já vamos ver isso — pensou a velha rainha. Não disse uma palavra, mas foi ao quarto de hóspedes, desmanchou a cama toda e pôs uma pequena ervilha no colchão. Depois empilhou mais vinte colchões e vinte cobertores por cima. A princesa iria dormir nessa cama.
De manhã, perguntaram-lhe se tinha dormido bem.
— Oh, pessimamente! Não preguei olho em toda a noite! Só Deus sabe o que havia na cama, mas senti uma coisa dura que me encheu de nódoas negras. Foi horrível.
Então ficaram com a certeza de terem encontrado uma princesa verdadeira, pois ela tinha sentido a ervilha através de vinte edredões e vinte colchões. Só uma princesa verdadeira podia ser tão sensível.
Então o príncipe casou com ela; não precisava de procurar mais. A ervilha foi para o museu; podem ir lá vê-la, se é que ninguém a tirou.
Aqui têm uma bela história!