Manuel Alegre nasceu em Águeda no dia 12 de Maio de 1936.
Estudou na Faculdade de Direito de Coimbra, onde participou nas lutas académicas.
Fundou o Centro de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra e foi membro do Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra.
Quando regressou de Angola, após ter cumprido o serviço militar, exilou-se em Argel. Foi locutor da Rádio “A Voz da Liberdade”, divulgando mensagens contra o Salazarismo e a Guerra Colonial.
Em 1974 viajou para Portugal. Aderiu ao Partido Socialista.
Foi um dos fundadores dos Centros Populares 25 de Abril.
Foi director do Jornal “A Briosa” e redactor das revistas “Vila Latina” e “Vértice”. Fundou com José Augusto Seabra o jornal “Prelúdio”.
A política e a literatura são duas actividades que Manuel Alegre desenvolve em paralelo com o mesmo entusiasmo.
Da sua vasta produção literária, destacam-se os poemas “Trova do Vento que Passa”, “Canção com Lágrimas e Sol”, “Nambuangongo Meu Amor”, que foram hinos de combate ao fascismo.
Publicou os livros de poesia: “Praça da Canção”, “O Canto e as Armas”, “Senhora das Tempestades”, “Nambuangongo, Meu Amor”, “Um Barco para Ítaca”, “Coisa Amar, Coisas do Mar”, “Nova do Achamento”, “Chegar Aqui”, “Babilónia”, “A Rosa e o Compasso”, “Com que Pena”, “Coimbra nunca Vista”, “Alentejo e Ninguém”,” “Livro do Português Errante”, “Sete partidas”, “Trinta Anos de Poesia”, “Rouxinol do Mundo”, “Doze Naus”, etc.
Participou na colectânea “A Poesia Útil e Poemas Livres”.
Manuel Alegre é o único autor português incluído na Antologia “Cent Poemes Sur L´Exil”, editada pela Liga dos Direitos Do Homem, em França. Além desta, participa em antologias de poesia em diversas línguas.
Tem edições da sua obra poética traduzidas para italiano, castelhano, alemão, catalão, francês, romeno e russo.
Ficção, literatura infantil, discursos e textos políticos, complementam o seu talento de escritor.
Considerado o poeta da Liberdade, Manuel Alegre escreveu poemas que foram cantados por José Afonso, Manuel Freire, Adriano Correia de Oliveira, Luís Cília, Amália Rodrigues, etc.
Em Março de 2005 foi eleito sócio correspondente da Classe de Letras da Academia das Ciências.
Em Abril de 2010, a Universidade de Pádua inaugurou a “Cátedra Manuel Alegre”, destinada ao estudo da Língua, Literatura e Cultura Portuguesas.
Em Águeda, sua terra natal, foi aberta ao público em 1 de Setembro de 2009 a “Biblioteca Municipal Manuel Alegre”.
Recebeu várias condecorações, das quais se destacam:
Grã-Cruz da Ordem da Liberdade; Comenda da Ordem de Isabel, a Católica, em Espanha; Grande Oficial da Ordem de Bernardo O´Higgins, no Chile; Ordem de Mérito Nacional da Argélia, “DJADIR”, atribuída pelo Presidente Bouteflika; 1º Grau da Ordem Amílcar Cabral, Cabo Verde; Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores; Prémio Pessoa 1999; Prémio da Crítica do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários, etc.
Nesta homenagem a Manuel Alegre no dia do seu aniversário, o poema:
Letra para um hino
É possível falar sem um nó na garganta
é possível amar sem que venham proibir
é possível correr sem que seja fugir.
Se tens vontade de cantar não tenhas medo: canta.
É possível andar sem olhar para o chão
é possível viver sem que seja de rastos.
Os teus olhos nasceram para olhar os astros
se te apetece dizer não grita comigo: não.
É possível viver de outro modo.
É possível transformares em arma a tua mão.
É possível o amor. É possível o pão.
É possível viver de pé.
Não te deixes murchar. Não deixes que te domem.
É possível viver sem fingir que se vive.
É possível ser homem.
É possível ser livre livre livre.
Gosto muito do Manuel Alegre, grande homem em tudo o que faz!
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Obrigado pelo comentário. Cumprimentos.
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