PARABÉNS, ALMADA NEGREIROS !

 

 

 

 

 

Almada Negreiros nasceu em São Tomé no dia 7 de Abril de 1893 e viveu até 15 de Junho de 1970.

Foi pintor, escritor, poeta, dramaturgo e romancista

Com 20 anos de idade fez a primeira exposição individual de desenhos.

Estudou no colégio jesuíta de Campolide. Após o encerramento do colégio, frequentou o liceu de Coimbra. Depois estudou na Escola Nacional de Belas Artes, em Lisboa.

Colaborou em várias revistas, tais como: “Contemporânea”, “Orpheu “, “Portugal Futurista”, “Athena”, “Bicórneo”. Escreveu e ilustrou o jornal manuscrito “Parva”. Editou e dirigiu a revista “Sudoeste”; redigiu e ilustrou totalmente o jornal manuscrito “A Paródia”. Foi director artístico do semanário monárquico “Papagaio Real”. Colaborou também no “Diário de Lisboa” com contos, artigos e desenhos.

Integrou o grupo “Orpheu”, onde conviveu com Fernando Pessoa, concentrando a partir daí toda a sua capacidade crítica a um país que aceitava uma figura como Júlio Dantas. No entanto, estava convencido que um dia “Portugal há-de abrir os olhos”. Ficou célebre o “Manifesto Anti-Dantas e por Extenso”.

Realizou, vestido de operário, a conferência “Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX”.

Realizou várias conferências, das quais se destacam: “Conferência Futurista”, “A Invenção do Dia Claro”, “Modernismo”, “Direcção Única”, “Cuidado com a Pintura”, “Elogio da Ingenuidade ou as Desventuras da Esperteza Saloia”, “Desenhos Animados, Realidade Imaginada”, “Descobri a Personalidade de Homero”, “Poesia e Criação”, “A Invenção do Corpo”. A maioria destas conferências foi publicada em revistas e jornais.

Fez a coreografia dos bailados “A Princesa dos Sapatos de Ferro” e “O Jardim da Pierrette”. No primeiro também dançou. Foi actor no filme “O Condenado”. Realizou o bailado “O Sonho da Rosa”.

Participou em diversas exposições de arte, designadamente na “1ª Exposição dos Humoristas Portugueses”, considerada a pioneira do modernismo português; na 6ª Exposição de Arte Moderna e na exposição Artistas Portugueses apresentada no Rio de Janeiro, no Brasil.

Na sua faceta de artista plástico, destacam-se os seguintes trabalhos: frescos da Gare Marítima de Alcântara e da Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos; os frescos “Verão” da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra; vitrais da Igreja de Nossa Senhora de Fátima; da Igreja do Santo Condestável, em Lisboa e da Capela de S. Gabriel, em Vendas Novas; as decorações da Cidade Universitária de Lisboa; dois painéis para a Brasileira do Chiado; o painel “Começar” no átrio da Fundação Calouste Gulbenkian, etc.

Outra das obras mais conhecidas é o célebre retrato de Fernando Pessoa sentado à mesa do restaurante Irmãos Unidos. Sobre a mesa está o exemplar nº 2 do “Orpheu”. Desde 1993, esta obra encontra-se em exposição na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa. Em 1964 Almada realizou uma réplica deste retrato para a Fundação Calouste Gulbenkian.

Como pintor integrado no movimento cubista, desenvolveu a sua actividade criativa na tapeçaria e na decoração.

Como escritor publicou: “Antes de Começar”; “Pierrot e Arlequim”; “Deseja-se Mulher”; “O Moinho”; “Nome de Guerra”; “A Engomadeira”, “Meninos de Olhos de Gigante”; “A Cena do Ódio”; “As Quatro Manhãs”; “Começar”; “Presença” ;“Ver”; “A Questão dos Painéis”;  “A Engomadeira”;” 4K  O Quadrado Azul”, etc. Durante a sua estadia em Paris escreve “Histoire du Portugal par coeur”.

Além disso, escreveu uma série de textos de crítica para diversas publicações.

Almada Negreiros foi um dos grandes nomes da cultura portuguesa do século XX. Recebeu, entre outros, o Prémio Columbano e o Prémio Domingos Sequeira.

Em 1966 foi eleito membro honorário da Academia Nacional das Belas Artes e no ano seguinte recebeu o Grande Oficialato da Ordem de Santiago e Espada.

Almada Negreiros, conhecido como “Mestre Almada” foi o convidado especial do primeiro programa Zip Zip, transmitido no dia 24 de Maio de 1969, na RTP. Por razões políticas, Almada Negreiros nunca fora convidado para a televisão. A sua participação foi um enorme sucesso e a partir de então ficou uma figura popular em Portugal.

Para terminar esta simples homenagem no dia do seu aniversário, o poema:

Confidências

Mãe! Vem ouvir a minha cabeça a contar histórias ricas que ainda não viajei!
Traz tinta encarnada para escrever estas coisas!
Tinta cor de sangue verdadeiro, encarnado!
Eu ainda não fiz viagens
E a minha cabeça não se lembra senão de viagens!
Eu vou viajar.
Tenho sede! Eu prometo saber viajar.
Quando voltar é para subir os degraus da tua casa, um por um.
Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa.
Depois venho sentar-me a teu lado.
Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens, aquelas que eu viajei, tão parecidas com as que não viajei, escritas ambas com as mesmas palavras.
Mãe! Ata as tuas mãos às minhas e dá um nó-cego muito apertado!
Eu quero ser qualquer coisa da nossa casa.
Eu também quero ter um feitio, um feitio que sirva exactamente para a nossa casa, como a mesa. Como a mesa.
Mãe! Passa a tua mão pela minha cabeça!
Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade!

AS PESSOAS QUE EU MAIS ADMIRO SÃO AQUELAS QUE NUNCA ACABAM.”

Almada Negreiros

 

 

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