PÉTALAS DE POESIA
A Primavera, as Flores e a Poesia formam uma trilogia inspiradora, de explosão de vida, de paz e reflexão sobre o sentido da nossa existência.
As flores de mil cores, formas e perfumes que a natureza nos oferece para contemplação e delícia dos nossos sentidos, os poemas de todas as origens que nos enternecem uns, nos alertam, outros.
A seguir pétalas de poesia de poetas universais:
– Konstantinos Kaváfis – Grécia – Flor: Laurel
À Espera dos Bárbaros
O que esperamos na agora reunidos
É que os bárbaros chegam hoje.
Por que tanta apatia no senado?
Os senadores não legislam mais?
É que os bárbaros chegam hoje.
Que leis hão de fazer os senadores?
Os bárbaros que chegam as farão. (…)
– T.S.Eliot – Estados Unidos – Flor: Rosa
O enterro dos mortos
Abril é o mais cruel dos meses, germina
Lilases da terra morta, mistura
Memória e desejo, aviva
Agónicas raízes com a chuva da primavera. (…)
– Federico Garcia Lorca – Espanha – Flor: Cravo vermelho
A Captura e a Morte
Às cinco horas da tarde.
Eram cinco da tarde em ponto.
Um menino trouxe o lençol branco
às cinco horas da tarde.
Um cesto de cal já prevenida
às cinco horas da tarde.
O mais era morte e apenas morte
às cinco horas da tarde.
– Carlos Drummond de Andrade – Brasil – Flor: Ipê amarela
Campo de Flores
Deus me deu um amor no tempo de madureza,
quando os frutos ou não são colhidos ou sabem a verme. Deus – ou foi talvez o Diabo – deu-me este amor maduro,
e a um e outro agradeço, pois que tenho um amor.
Pois que tenho um amor, volto aos mitos pretéritos
e outros acrescento aos que amor já criou.
Eis que eu mesmo me torno o mito mais radioso
e talhado em penumbra sou e não sou, mas sou.
– Octávio Paz – México – Flor: Dália
Primavera à Vista
O dia abre os olhos e penetra
numa primavera antecipada.
Tudo o que as minhas mãos tocam voa.
O mundo está cheio de pássaro
– William Butler Yeats – Reino Unido – Flor: Rosa vermelha
A Torre
(…) Estranho; quem fizera a canção era cego;
Mas, pensando bem, não acho
Nada estranho; a tragédia começou
Com Homero que também era cego,
E Helena atraiçoou tanto coração palpitante.
Oh, podem lua e sol parecer
Um raio inextricável
Pois se triunfar tornarei os homens loucos. (…)
– Pablo Neruda – Chile – Flor: Copihue
Quero apenas cinco coisas.
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser… sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.
– Francis Ponge – França – Flor: Íris
A Ostra
No interior encontra-se todo um mundo,
de comer e de beber: sob um “firmamento” (propriamente falando) de madrepérola,
os céus de cima se encurvam sobre os céus de baixo,
para formar nada mais que um charco, um sachê viscoso e verdejante,
que flui e reflui para a vista e o olfato,
com franjas de renda negra nas bordas.
– Jorge Luís Borges – Argentina – Flor: Ceibo
Viver a Vida
“Se eu pudesse novamente viver a vida…
Na próxima…trataria de cometer mais erros…
Não tentaria ser tão perfeito…
Relaxaria mais…
Teria menos pressa e menos medo.
Daria mais valor secundário às coisas secundárias.
Na verdade bem menos coisas levaria a sério.
Seria muito mais alegre do que fui.
Só na alegria existe vida. (…)
– Yu Xuanji – China – Flor: Peônia
Deixando-se levar
Nenhum laço me prende; sempre livre,
vou sem destino, leve entre as paragens
Nuvens se abrem entre lua e rio,
amarras frouxas, barco em pleno mar (…)
– Fernando Pessoa – Portugal – Flor: Lavanda
Tabacaria
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?). (..)
É na poesia, que o ser humano é livre. A poesia nos dá a liberdade de que necessitamos.
Um abraço a todos os Poetas, Escritores e Narradores, aos quais me rendo com amizade, uma vez, que luto pela edição de dois livros da minha autoria, Poesia Inédita com Poemas em verso e em Prosa.
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Um abraço. As maiores felicidades de edição para todos os autores de obras inéditas.
J. A. André
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