não consigo entrar de novo no meu passado
como quem regressa a casa
e se despe de roupas em que já não crê.
não o encontro agora.
roubaram-me a casa: levaram-ma toda,
paredes, fundações, mitos,
o único sofá que me acolheu;
[e nenhum outro, nunca mais,
viria a completar-se, em mim, desse modo].
o próprio terreno sumiu,
e o cheiro daqueles sons
e as visões místicas.
o tempo interior em que um homem se completará
é sempre outrora.
que faz um tipo, cansado,
quando esquece o caminho de volta?
Um tipo cansado assim deve continuar a escrever poemas bonitos assim como este.
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