A edição de 2013 da Feira do Livro de Frankfurt chegou ao fim, e foi com grande orgulho que tomei parte, pela primeira vez na qualidade de autora, neste importante evento cultural. A minha sessão de autógrafos foi no dia 12 de Outubro, do meio-dia à uma da tarde, no Centro de Convenções, pavilhão 5.1, estande D122, em colaboração com a LITERARTE – Associação Internacional de Escritores e Artistas, sediada no Brasil, país convidado de honra da feira de Frankfurt deste ano.
A Feira do Livro de Frankfurt é uma das mais importantes do mundo no domínio dos livros e realiza-se desde há mais de 500 anos, quando Johannes Gutenberg inventou o processo gráfico a que chamamos impressão. A feira atrai todos os anos cerca de 300.000 visitantes e mais de 7.000 profissionais da área editorial. Realiza-se durante cinco dias, todos os anos no mês de Outubro, sendo os primeiros três dias reservados aos editores, agentes e outros profissionais do livro, e o fim-de-semana aberto ao público.
Embora a era digital já tenha chegado a certos países e esteja a bater à porta de outros tantos, e eu própria tenha já aderida a essa “revolução”, ERA UMA VEZ UMA CASA, o livro que autografei, ainda é em papel. A estória do livro foi escrita inicialmente em francês e premiada em França em 2004, e a versão em inglês recebeu Menção Honrosa no 2013 Hollywood Book Festival.
A minha participação na Feira do Livro de Frankfurt teve sem dúvida grande importância sob o ponto de vista da publicação e divulgação literária, mas foi particularmente valiosa no campo das relações humanas. Revi com o maior prazer alguns amigos que tinha encontrado pela primeira vez em Genebra e tive a oportunidade de fazer novos conhecimentos.
Trocámos livros, mas também ideias e experiências, ao mesmo tempo que nos apercebemos de que os autores partilham os mesmos desafios dos editores. Ambos batalhamos para atrair o olhar dos leitores e fazer com que os livros sejam valorizados e sobressaiam no meio de tantas outras formas de entretenimento.
E o entretenimento entre autores do grupo LITERARTE fez também parte das jornadas, quer em agradável convívio à roda de uma bebida ou de uma refeição.
Para mim, esta ida a Frankfurt foi ainda um momento de recordações do tempo passado em que lá vivi e trabalhei. Quando em Outubro de 2011 voltei pela primeira vez a Frankfurt ao fim de 41 anos depois de ter deixado a Alemanha, não tive oportunidade de ir até à Hansa Allee, o mítico lugar onde se ergueram outrora as instalações das Forças Armadas Norte-Americanas. Foi num desses edifícios que trabalhei, mas pouco ou nada resta actualmente de todo esse enorme complexo. Depois de anos ao abandono e de invasão pelas ervas, quase todos os edifícios foram demolidos, poucos escaparam e encontraram uma nova função. Nesse passeio pelo meu passado, a emoção apanhou-me, mais do que esperava mas que secretamente temia.