PEQUENO TEXTOJULGO DE INTERESSE A COMPARAÇÃO ENTRE A SOCIEDADE LUPINA E A NOSSA, POBRES ANIMAIS COM APENAS DUAS
PATAS…
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O administrador delegado da ICPAR, S A, com sede na cidade de Roma, capital de Itália, essa milenar cidade fundada por Rómulo e Remo, os irmãos que sobreviveram graças às atenções e boas vontades de uma loba condoída que lhes forneceu o precioso alimento do seu leite. Este fenómeno que a lenda nos conta estabelece o primeiro e talvez o único pacto entre animais lupinos e homens, e foi a segunda coisa boa que lhes sucedeu no dia em que o malvado do tio os lançou às águas do rio Tibre, de onde foram salvos graças a um momentâneo ataque de miopia que terá levado as águias a uma tremenda confusão entre crianças e peixes.
Que nos perdoem os italianos por esta intromissão nas lendas da sua terra, e também do ajuizar das consequências, os pactos entre animais e homens, mas parece-nos, sem saber ao certo porquê, um pacto entre lobos e homens mais viável do que entre homens e águias.
As águias são animais alados independentes, majestosas e sós, vivem nos píncaros olhando de cima para baixo – o que significa orgulho e altivez, – ao passo que os lobos não, vivem como nós, em alcateias submissos e obedientes, olhando de baixo para cima em sinal de eterno respeito.
Os homens passam a vida a estabelecer alianças com os mais fortes, ainda que no consciente saibam que estão apaparicando uns quantos filhos da puta, refugiam-se na máxima de que há mentiras de compor vidas que são perdoadas por nosso senhor Jesus Cristo através do padre durante a confissão, e logo que rezados uns quantos Pai Nossos. Os lobos bajulam o animal alfa e quando são fracos e sem contactos sociais de monta na esfera hierárquica comem os restos, – ou seja roem os ossos, – das carcaças já comidas até ao tutano pelo animal alfa e os seus acólitos. E quando, por mau carácter ou péssimo feitio, são expulsos e tornam-se solitários, seguem a alcateia para todos os lados, sacrificam a vida pelo todo, tal como nós.
Assim se compreende as semelhanças entre a sociedade humana e a forma de vida dos lobos, eles socializando em alcateia, nós na nossa sociedade tentando socializar. Tirando esta coisa dos carros, dos aviões, dos restaurantes e das cadeias, até me parece mais saudável a maneira de viver dos lobos, pelo menos é, no mínimo mais ecológica, menos poluente, mais amiga do ambiente, e por conseguinte mais prestigiante para a raça.
O administrador delegado presidia ao conselho de administração naquele dia do final do mês de Dezembro do ano de 2010, para ser mais preciso no dia 31, uma sexta-feira, pela manhã, com o objectivo – e de acordo com a ordem de trabalhos – de analisar o relatório e contas do ano transacto. (…)
Gostei!
Apenas um pequenino reparo à introdução; acredito que o lobo que se afasta da alcateia – possivelmente por péssimo feitio… – morre “pelo todo”, não por meia dúzia, como nós…
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Tem razão! Nós continuamos (e com lógica), a sermos lideres do erro e da decência! Oportunamente, vou postar mais umas páginas, (a continuação), você depois me dirá se gosta; quanto a mim, éisto que os escritores devem fazer entre si, troca de opiniões!
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