A SOPA DA SOBREVIVÊNCIA

Meus caros, imaginem vocês, a culinária chegou à política. Uma maneira saudável de manter o povo feliz. Para quem não tem oportunidade (ou tempo) para se inteirar do menu, aqui ficam algumas receitas:
Sopa à Cavaco
Um tacho meio de água, sal qb, um legume tropical chamado “não comento”, uma mão cheia de massa “tenho a certeza”, duas batatas e quatro beterrabas “deixem-me trabalhar”.
Cortam-se às rodelas o legume, as batatas e as beterrabas, colocam-se no tacho com o sal quanto baste e deixa-se cozer. Serve-se o mais quente possível, para se sentir menos o gosto.
Peixe à socialista
Uma posta de corvina, (nunca usar cherne), quatro batatas. Um tacho bem grande disfarçado de panela, água, sal, uma embalagem de sumo “a culpa é dos outros”, duas pitadas de “estamos no caminho certo”, uma mão cheia de “não temos crise”.
Misture e cozinhe como quiser. Tenha cuidado com o estômago…
Bife à social-democrata
Uma posta de carne Fundo Monetário Internacional, uma lista de amigos para distribuir cargos de ministros e secretários de estado, uma lata de vou ser primeiro-ministro.
Cozinhe como quiser e sirva quente.
Sobremesa
Duas fatias grandes de bolo Ronaldo cobertas com chantilly.
Depois desta refeição a nossa carga das baterias de estupidez ficou no seu máximo e estamos prontos para gritar aos quatro cantos da terra que nascemos e vivemos na melhor Pátria do mundo…

Sobre jsola02

quando me disseram que tinha de escrever uma apresentação, logo falar sobre mim, a coisa ficou feia. Falar sobre mim para dizer o quê? Que gosto de escrever, (dá-me paz, fico mais gente), que escrever é como respirar, comer ou dormir, é sinal que estou vivo e desperto? Mas a quem pode interessar saber coisas sobre um ilustre desconhecido? Qual é o interesse de conhecer uma vida igual a tantas outras, de um individuo, filho de uma família paupérrima, que nasceu para escrever, que aos catorze anos procurou um editor, que depois, muito mais tarde, publicou contos nos jornais diários da capital, entrevistas e pequenos artigos, que passou por todo o tipo de trabalho, como operário, como chefe de departamento técnico, e que, reformado, para continuar útil e activo, aos setenta anos recomeçou a escrever como se exercesse uma nova profissão. Parece-me que é pouco relevante. Mas, como escrever é exercer uma profissão tão útil como qualquer outra, desde que seja exercida com a honestidade de se dizer aquilo que se pensa, (penso que não há trabalhos superiores ou trabalhos inferiores, todos contribuem para o progresso e o bem estar do mundo), vou aceitar o desafio de me expor. Ficarei feliz se conseguir contribuir para que as pessoas pensem mais; ficarei feliz se me disserem o que pensam do que escrevo… José Solá
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