Um conto que viaja no tempo e que encontra todos os sentidos dessa uma época, com tanta realidade…
UM CONTO!
“Na pequena aldeia de pedras e colinas verdes, vivia uma criança chamada Tiago. Desde muito cedo, ajudava na velha mercearia da família, um espaço apertado e cheiroso, onde o cheiro a especiarias e café se misturava com o das frutas frescas.
Tiago, com os seus 10 anos, passava os dias entre prateleiras de enlatados e sacos de arroz, a pesar feijões e a atender os clientes habituais, que sempre lhe davam uma moeda ou uma história em troca do troco certo. Do outro lado da janela empoeirada, via os amigos a correr atrás da bola, a trepar às árvores e a inventar brincadeiras sem fim. Sentia uma pontada no coração, uma vontade de estar com eles, de deixar os sacos de farinha e as caixas de bolachas para outro dia.
Mas havia algo na mercearia que o mantinha ali, além do dever de ajudar os pais. Era o sorriso de Ana, a menina de tranças longas que passava todas as tardes por lá para comprar pão para a avó. Sempre que Ana entrava, Tiago sentia o peito aquecer de forma diferente. O olhar dela, sempre doce, fazia-o esquecer as correrias lá fora, mesmo que por um instante.
Certa tarde, depois de ver os amigos a brincar mais uma vez, Tiago tomou coragem e ofereceu a Ana um rebuçado de mel, o seu favorito. Ela sorriu, um sorriso maior do que os que ele já tinha visto, e perguntou: “Queres brincar depois de fechares a loja?”
Nesse dia, quando a porta da mercearia se fechou, Tiago correu para o campo com Ana. Não era só o trabalho que o prendia àquela loja; era a vida que, de uma forma ou de outra, sempre encontrava espaço para ser doce, como o rebuçado que partilhava com Ana. E lá fora, finalmente, descobriu que o mundo era muito maior e mais bonito, especialmente quando tinha a companhia certa.”
AI ! – Como a tecnologia por vezes é fantástica se bem utilizada, como aqui revela essa vida de uma criança de outrora
Solicitado por Romulo Duque


