“SORRISOS”

                                             SORRISOS

          Uma velhinha procurava nos caixotes do lixo, restos de comida, que foi comprada por excesso para os festejos natalícios. Ela abria e fechava os contentores retirando deles aquilo que para ela serviria para se alimentar durante alguns dias.

          Indiferente a quem passava, lá ia enchendo o seu saco de plástico. Cada coisa que guardava, sorria como se tivesse tido a sorte de tão boa colheita.

          Que significado terá o sorriso de uma mulher que não tem nada nem ninguém na vida?

          Vindo de outra direcção, um homem de meia idade, com aspecto doentio, movia-se com dificuldade. Também fazia a ronda dos caixotes do lixo. Mas, com um braço deficiente, a dificuldade de abrir as tampas era evidente.

          A velhinha pára e observa-o com ar de compaixão. Dirige-se ao homem. Conversam durante uns minutos. Ela decide ajudá-lo.

          Abre o saco onde guarda as suas “compras” e divide-as com o homem.

          Ambos sorriram!

José Eduardo Taveira

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